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atelier de domesticação de demónios

caderno de variações sobre dores em dó menor, por O Marquês. 

21.10.05


da visão nunca suficiente. o altar é um dos lugares onde acontecem as vítimas. nesse lugar, aliás, podem acontecer diversos tipos de vítima. mas nenhum mais pungente do que aquele que acontece no altar sacramental. antes fosse sacrificial, portanto, o altar. pois aí a dor é evidente, assinalada pelo sangue derramado. e um regalo para os olhos.

referência

17.10.05


homo homini lupus. no instante da despedida, todas as noites, abraçava-a. abraçava-a justamente, num empréstimo de inocência ao gesto que o gesto não tinha por não poder ter. pois dentro dele troava e corria-lhe infrene no sangue o desejo de a morder. foi por isso que um dia, depois do terno beijo de adeus, até amanhã, lhe devorou a traqueia.

referência

7.10.05


a viciosa. no cerco ela era conhecida por dois nomes, filha da senhora e, a outra hipótese, menina. fora criada conforme as regras da sua brasonada condição. ainda noviça, foi acompanhada por uma perceptora que teve a missão de fazer mulher as três últimas gerações da prole feminina da família. era sua missão ilustrar-lhe a alma das artes próprias de fêmea, ensinar-lhe o hábito da reverência ao todo-poderoso e vigiar-lhe a integridade. não se sabe quando e onde, que circunstâncias e demónios, lhe despertaram o corpo para a viciosidade. em segredo, a moça entregava-se à virilidade de quantos rapazes e homens a oportunidade, não tanto a discrição, lhe permitia. numa ocasião, porém, maior foi o descuido e o falatório começou a estender-se. sem conhecimento do que já se dizia, entretanto a mãe iniciou uma preocupada vigilância sobre a filha, cada vez mais senhora, em corpo, ideias e manias. aconteceu que, com tal roda, um dia a mãe surpreendeu-a em flagrante, nela cravada a varonil carne do filho da maior autoridade do lugar. a mãe, insigne beata, colapsou, vítima de apoplexia e vergonha. sim!, sou eu!, minha mãe!, gritou ela, quando a progenitora avançou pelos aposentos dentro, incrédula e de olhos arregalados para melhor confirmar a desdita. a velha tombou, cerce. e a filha, tomada de espasmos, riu, riu, prendendo ainda mais em si, orgulhosa, empinada em gozo suplementar, o motivo que fez a sua mãe cair.

referência

2004/2022 - O Marquês (danado por © sérgio faria).