17.10.05
homo homini lupus. no instante da despedida, todas as noites, abraçava-a. abraçava-a justamente, num empréstimo de inocência ao gesto que o gesto não tinha por não poder ter. pois dentro dele troava e corria-lhe infrene no sangue o desejo de a morder. foi por isso que um dia, depois do terno beijo de adeus, até amanhã, lhe devorou a traqueia.
2004/2022 - O Marquês (danado por © sérgio faria).