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atelier de domesticação de demónios

caderno de variações sobre dores em dó menor, por O Marquês. 

28.5.08


tratado de cardiologia, ii. fixar a mancha, depois a agulha, finalmente desertar do coração. se não estão mortas, esquecer as flores, provocam alergia, não emoção. sim, é verdade, ninguém habita o coração. o coração é um órgão sujo, sem a perfeição dos relógios. acertar os seus ponteiros é uma ilusão. eles rodam em regime de engano, em expiação. apontam mais para dentro, para a cave dos aurículos e dos ventrículos, do que para fora.

referência

21.5.08


zona oz, i. a melhor definição de amor?, o amor é um processo de absorção, disse o anjo, posto em pose de pavão. sim, é um processo de absorção, mas ninguém tem capacidade para absorver assim tanto, rectificou a fada, ao mesmo tempo que com os dedos da mão esquerda fazia canudinhos com o seu cabelo, que depois puxava até aos lábios, onde os prensava levemente e de onde mais tarde escapavam, desenrolando-se, repetindo ela o gesto.

referência

20.5.08


a luminescência dos amantes. e súbito calaste-te, não sei porquê. a tua sombra tornou-se débil, sim, débil, mais débil do que discreta. a tua pele ficou ilegível, sem o tom corado de antes. o teu corpo cedeu, deixou a força, o impacto. esmoreceu. arrefeceu também. she comes in colors everywhere perdeu a verdade. já não és tu, regular ou irregular. nunca como no instante anterior senti a tua palpitação cardíaca assim, acelerada, o meu corpo tão entranhado no teu, os nossos corpos a corresponderem no ritmo e na violência. mas era apenas para imitarmos les amants de Magritte, não era para sufocares com a fronha da almofada. apertei demais? porque nada disseste? quando me arranhaste estavas a fazer-me algum sinal? querias que eu parasse? senti a tua excitação, pensei que estavas excitada, como eu. até me mordeste os lábios através do tecido. olha o meu sangue, olha a minha carne lavrada pelas tuas unhas. ele consertou o abraço, cingiu o corpo dela ainda mais ao seu, o corpo dela bambo pelo perecimento. ainda me amas? porque não respondes? a primeira lágrima sulcou no seu rosto, um traço quente. e agora? e agora? o que vai ser de nós?

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9.5.08


tratado de cardiologia, i. para verificar se é só seu, ela espeta-lhe agulhas no coração. a dor dele significa sim, o sangue significa não.

referência

7.5.08


Romeu e Porsche, i. se conheces alguma oração, não te demores a pronunciar amén. o biscateiro dirigiu a mão direita até à caixa de ferramentas. a capacidade de resistência das pessoas é limitada, como as sociedades. há um momento em que a coragem cessa, percebes?, quando a boca do alicate aperta e as suas estrias ultrapassam a superfície cutânea e atingem a carne, começando a aproximar-se do osso. caso não percebas, a repetição será uma necessidade. crê-se que, em alguns casos, mais do que um expediente de teimosia, a reiteração é um dispositivo pedagógico eficaz.

referência

1.5.08


i’m the broken Mary of the virgin hearts. ela, a puta derreada, consequência de ter sido sovada por um rapaz com o coração mortificado, julgava que ser poeta era sobretudo trocar adjectivos e não sofrer ou sofrer de modo fingido apenas.

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2004/2022 - O Marquês (danado por © sérgio faria).