<body><script type="text/javascript"> function setAttributeOnload(object, attribute, val) { if(window.addEventListener) { window.addEventListener('load', function(){ object[attribute] = val; }, false); } else { window.attachEvent('onload', function(){ object[attribute] = val; }); } } </script> <div id="navbar-iframe-container"></div> <script type="text/javascript" src="https://apis.google.com/js/platform.js"></script> <script type="text/javascript"> gapi.load("gapi.iframes:gapi.iframes.style.bubble", function() { if (gapi.iframes && gapi.iframes.getContext) { gapi.iframes.getContext().openChild({ url: 'https://www.blogger.com/navbar.g?targetBlogID\x3d8193618\x26blogName\x3datelier+de+domestica%C3%A7%C3%A3o+de+dem%C3%B3nios\x26publishMode\x3dPUBLISH_MODE_BLOGSPOT\x26navbarType\x3dBLUE\x26layoutType\x3dCLASSIC\x26searchRoot\x3dhttps://atelier-de-domesticacao-de-demonios.blogspot.com/search\x26blogLocale\x3dpt_PT\x26v\x3d2\x26homepageUrl\x3dhttp://atelier-de-domesticacao-de-demonios.blogspot.com/\x26vt\x3d-8248105175353944812', where: document.getElementById("navbar-iframe-container"), id: "navbar-iframe", messageHandlersFilter: gapi.iframes.CROSS_ORIGIN_IFRAMES_FILTER, messageHandlers: { 'blogger-ping': function() {} } }); } }); </script>
atelier de domesticação de demónios

caderno de variações sobre dores em dó menor, por O Marquês. 

30.4.07


excertos da abundância, i. um extracto da noite e um dicionário. um corpo esventrado, consumido na própria agonia. se eu pudesse amar-te... ninguém venceu por nocaute. não sobraram despojos.

referência

10.4.07


contra os sobejos pop. ouvia-se uma voz apenas, uma voz grave, em exercício de exortação. temos que fazer explodir petardos em salas de cinema, em parques temáticos, em centros comerciais, nos corações e nos olhos das pessoas, nas suas cabeças, em quebra-cabeças, em origamis, em aviões comerciais ou de papel, em cacilheiros. essas explosões serão o detonador da inquietude e o princípio do fim da apatia. depois, pela intensificação da inquietude e pela dissipação da apatia, virá a revolução e consumar-se-á outro modo de dor.

referência

7.4.07


tráfico sentimental. ele era blade runner. ela matou-o. com amor. lentamente.

referência

6.4.07


modo imediato de azul. morreu. esteve sequestrado poucas horas, em ambiente confortável. não ouviu uma palavra para além de todas as que utilizou em interrogações e rogos. o que é que se passa?, o que querem de mim?, até as perguntas serem mais vagas e resumirem-se a porquê? gritou várias vezes porquê?, ninguém lhe respondeu. era-lhe a angústia maior assim.
um dos sequestradores estava sentado. tinha dois livros ao seu alcance, que lia alternadamente. era estranho. e tornava a situação ainda mais tormentosa. a juntar à dúvida sobre a sua situação, aquele rapaz, com a cara descoberta, lia em simultâneo um romance de philip roth e um romance de agustina bessa-luís. the human stain, assim, em edição original, intercalado com doidos e amantes. ou vice-versa. porra!, primeiro cita foucault, depois escreve «amar os amantes é uma lei da física», tudo na mesma página! *
ainda não se tinha extinguido a exclamação, dois carros pararam diante da rampa de acesso à casa. ao mesmo tempo tocou o telefone. um aproximou-se e disparou sobre os joelhos dele, estilhaçando-os. os agentes policiais precipitaram-se. não ouviram os tiros, ouviram os gritos.
nos últimos instantes, ficou-lhe a sensação que a eternidade, mais do que o infinito, começava depois da porta, aquela porta. que, passada, a situação lhe permitiria comprar o tempo todo e sobreviver. não sei. não percebeu. e pereceu sem saber o que tinha acabado de ouvir, se um rumor, se um murmúrio.

* vide bessa-luís, agustina, doidos e amantes, lisboa, guimarães editores, 2005, p. 173.

referência

4.4.07


virgem suicida. sobre a mesa, ao lado da cabeça jacente, havia uma nota escrita numa caligrafia irrepreensível. olhos nos olhos, os meus e os da fera, e pelo olhar a sensação que habito a fera e que a fera habita-me e, porque me vence num golpe, oferece-me a si, fazendo do mim um sacrifício necessário.

referência

2004/2022 - O Marquês (danado por © sérgio faria).