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atelier de domesticação de demónios

caderno de variações sobre dores em dó menor, por O Marquês. 

22.5.13


quaresmas, iii. desse domínio que guarda a voz, se ainda penso nisso?, tenta-se esquecer mas não se consegue. como as recordações persistem, a memória repete-se até o que é recordado ficar escuro, escuro que ganha espessura com o passar do tempo, tornando a escuridão superlativa. cria-se uma espécie de caixa negra, onde a realidade que se pretendeu esquecer permanece viva. disse viva, não disse arquivada, entendes? o trauma acompanha-nos permanentemente e pode assaltar-nos a qualquer momento através da presença dele. não se vê, sente-se. não se esquece, convive-se com o se quer esquecer, convive-se tão íntima, intensa e arrastadamente, como um bombardeio contínuo, que nos habituamos à dor. não a domesticamos, aceitamo-la, aceitamo-la como parte de nós, como se fosse uma parte nova que acomodamos. morremos com ela e, antes, já não conseguimos ser felizes sem ela.


2004/2022 - O Marquês (danado por © sérgio faria).