13.3.13
matar por amor, v. boa tarde, a saudação grave de quem entrou na taberna. boa tarde?, chuva que deus a dá, grossa e fria, fumo preto por não haver papa e ainda há quem ache que isto é uma boa tarde, resmungou Baltazar. nenhum dos presentes lhe dirigiu a palavra. perceberam-no encharcado e azedo, preferiram ignorá-lo. porém, interessa-me tanto saber quem vai ser o papa como saber qual é a equipa que vai ser campeã na turquia ou na china, era-lhes difícil deixar de encarar aquela presença, ali, naquele dia, como não sendo provocação. não vás na conversa, é o Baltazar, está entornado. para eles, eu sei, era provocação. o direito que Baltazar tivesse de estar ali não era expiação suficiente da culpa que ainda lhe creditavam. há coisas que nunca ficam saldadas, que não podem ser esquecidas.
2004/2022 - O Marquês (danado por © sérgio faria).