30.5.12
Moriarty morreu?, i. morreu mais cedo do que os fiéis, pouco corpo para ser pó, sem herdeiros, disse alguém. os olhos dele continuaram a perscrutar o espaço. lieutenant?, solicitaram-lhe a atenção. dispenso a comoção, ele colocou-se assim na cena, prefiro manter a suspeita.
23.5.12
Agripino Benevides apertado. a terceira pessoa ainda é pessoa? a pergunta partiu a conversa que tentavam. desculpa. a violência da oportunidade, oportunidade que foi forçada naquele momento, rompeu a comunidade possível por via do diálogo. a ele a pergunta pareceu sem sentido naquela circunstância, entre a intimidade dos corpos transpirados e encostados. repito, a terceira pessoa ainda é pessoa? a questão não era gramatical. que motivo a teria levado a formular aquela interrogação? não estou a, ainda não tinha acabado de admitir a incompreensão, quando sentiu, compreender, os testículos a serem apertados. ela nunca será pessoa. ele tentou defender-se, recolhendo-se em posição fetal. a mão dela acompanhou-o no movimento. no futuro não pronunciarás o nome proibido, escuso de dizer qual.
16.5.12
vestígios. parecia uma loja de penhores. esquecido o resto, poderia considerar-se isso, uma loja de penhores. Adolfo Müller olhou e apontou as duas alianças sobre o pano encardido, faltam os dedos, que substituia a almofada de veludo grená que não havia ali.
9.5.12
2.5.12
pas de deux, xv. ela est marquée d’une fleur de lis à l’épaule, ele não notou, tão pouco se sentiu dentro de um romance. conversaram sobre standards, versões de um, moonlight in vermont. ela estava encostada ao céu ou parecia. ele cedeu à curiosidade, quem és tu? as perguntas podem fazer muito mal, pior do que as respostas. ela sorriu. algo o impediu de ouvir o que ela respondeu.
2004/2022 - O Marquês (danado por © sérgio faria).