23.6.08
uma questão de poesia. dizeres que é um periscópio sem função óptica não é excitante, repreendeu-o ela. ele quis saber porquê? irritada, ela explicou-lhe, porque desde pequena imagino os submarinos amarelos. ele recuperou os braços após a desenvolver. isso significa que não queres fazê-lo na banheira?, perguntou, ao mesmo tempo que agarrou os ombros dela, para que, não obstante a distância entre os corpos que o seu gesto provocou, mantivessem o contacto entre os olhos. na banheira?, exclamou ela a interrogação, não sejas depravado, antes de acusar-lhe a imoralidade, vê se consegues ser mais poético, e a competência estética. depois soltou-se, afastando as mãos que a agarravam. por instantes ele ficou vencido. baixou os olhos. e remoeu a recusa, até voltar a encará-la, este é o teu céu com diamantes, para dirigir melhor a sua mão direita cerrada em punho.
2004/2022 - O Marquês (danado por © sérgio faria).