31.10.07
aquela máquina. era uma máquina sem dono e sem função reconhecida ou útil, um mecanismo adiposo que exercia um fascínio difícil de explicar. o mais aproximado que pode ser invocado para aclarar o caso é o efeito de uma espécie de magnetismo orgânico, que atraía vigorosamente a carne. sem domínio, o corpo cedia. a resistência era impossível. o corpo era arrastado, inteiro ou parcelarmente, até à máquina. uma vez tangida, o corpo era envolvido pela máquina, dentro da qual era destroçado, literamente destroçado, por uma força centrífuga brutal, para garantir a sua lubrificação. após cada corpo, porque a máquina não podia parar, sucedia outro.
2004/2022 - O Marquês (danado por © sérgio faria).