<body><script type="text/javascript"> function setAttributeOnload(object, attribute, val) { if(window.addEventListener) { window.addEventListener('load', function(){ object[attribute] = val; }, false); } else { window.attachEvent('onload', function(){ object[attribute] = val; }); } } </script> <div id="navbar-iframe-container"></div> <script type="text/javascript" src="https://apis.google.com/js/platform.js"></script> <script type="text/javascript"> gapi.load("gapi.iframes:gapi.iframes.style.bubble", function() { if (gapi.iframes && gapi.iframes.getContext) { gapi.iframes.getContext().openChild({ url: 'https://www.blogger.com/navbar.g?targetBlogID\x3d8193618\x26blogName\x3datelier+de+domestica%C3%A7%C3%A3o+de+dem%C3%B3nios\x26publishMode\x3dPUBLISH_MODE_BLOGSPOT\x26navbarType\x3dBLUE\x26layoutType\x3dCLASSIC\x26searchRoot\x3dhttps://atelier-de-domesticacao-de-demonios.blogspot.com/search\x26blogLocale\x3dpt_PT\x26v\x3d2\x26homepageUrl\x3dhttp://atelier-de-domesticacao-de-demonios.blogspot.com/\x26vt\x3d-8248105175353944812', where: document.getElementById("navbar-iframe-container"), id: "navbar-iframe" }); } }); </script>
atelier de domesticação de demónios

caderno de variações sobre dores em dó menor, por O Marquês. 

5.6.07


Jack, o canhoto. agora salmodiava a súplica, et dimitte nobis debita nostra, pretendendo alcançar a contrição através do rogo. instantes antes observara com deleite o esgar de horror da senhora, o seu grito abafado, o charco de sangue e vísceras iluminado pelos rasgos lunares claros que alcançavam para além das frinchas da porta. instantes antes também administrou grânulos de ópio e açúcar à senhora, com o propósito de prolongar aquele estado mórbido e, através dessa garantia dilatória, continuar o seu êxtase. as esporas do desejo acicatavam-no, como se fossem uma febre indómita. aquela carne, a vibração sofrida e tensa da senhora, a concretizaçãoe e a observação do suplício, libertava-lhe a alma para além do horizonte da maior das delícias. medrava-lhe a lascívia no corpo e ele emprestava as mãos à obra, como se através de si se manifestasse o demónio. lambeu o suor, as lágrimas, o sangue, todas as secreções que a violência suscitou naquele corpo. procedeu conforme a lubricidade que o amotinou, ora com brutalidade, ora com método laborioso, para que a senhora e o sofrimento da sua carne não se esgotassem subitamente. e, ainda antes regressar à lucidez, tentou esgotar o catálogo das súplicas canónicas, ora pro nobis peccatoribus, enquanto o sémen escorria da mão com que se benzia.


2004/2022 - O Marquês (danado por © sérgio faria).