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atelier de domesticação de demónios

caderno de variações sobre dores em dó menor, por O Marquês. 

30.5.06


os feitos e os defeitos de lazy gonzález, vii. para que a coisa se consume é necessário verificarem-se duas condições, a intumescência e a fricção. a masturbação, ainda que também pela intumescência e pela fricção, é apenas uma espécie de porta ao lado. quando por aí se passa chega-se inevitavelmente à sensação que não era para aí ou por aí que se desejava ir. mas, enfim, antes passar por essa porta do que ficar na rua, sustentam alguns, os desgraçados, disse, tudo isto, lazy gonzález. depois, enquanto a fitava nos olhos e caminhava em sua direcção, acrescentou eu não sou de passar por porta que não desejo. e nisso não tenho por hábito enganar-me ou fazer diferente. quando por instante venceu o temor e se dispôs a fugir, tentando evitar aquele fado, ela já havia sido alcançada e submetida e as suas parcas vestes haviam sido rasgadas clamorosamente.

referência

23.5.06


os feitos e os defeitos de lazy gonzález, vi. antes de ter continuado a rir e, portanto, ainda antes de ter começado a gemer e a carpir por ser aguilhoada violentamente na sua carne, lazy gonzález avisou-a, dizendo-lhe o teu riso faz-se concupiscência em mim, levanta-me a marca de ser homem e a necessidade de, levantada, a consolar brutamente na guarda à base da tua cintura.

referência

22.5.06


os feitos e os defeitos de lazy gonzález, v. percebendo quem havia feito batota jogo, lazy gonzález levantou-se, dirigiu-se ao poeta boémio, segredou-lhe o que releva é o inverso, não é o verso e devorou-lhe a orelha sobre a qual acabara de murmurar.

referência

19.5.06


os feitos e os defeitos de lazy gonzález, iv. mais do que diverso, lazy gonzález era preverso.

referência

10.5.06


os feitos e os defeitos de lazy gonzález, iii. se eu pudesse, matava-os. posso e, no entanto, não os mato. permito que vivam para que me seja possível continuar a sentir que posso, o poder, o meu poder. é essa, sofrerem sob o arbítrio e o ritmo da minha vontade, a sua utilidade enquanto vivos, disse lazy gonzález, antes de jogar sobre a mesa a sua mão, um fullen de ases e damas.

referência

2004/2022 - O Marquês (danado por © sérgio faria).