<body><script type="text/javascript"> function setAttributeOnload(object, attribute, val) { if(window.addEventListener) { window.addEventListener('load', function(){ object[attribute] = val; }, false); } else { window.attachEvent('onload', function(){ object[attribute] = val; }); } } </script> <div id="navbar-iframe-container"></div> <script type="text/javascript" src="https://apis.google.com/js/platform.js"></script> <script type="text/javascript"> gapi.load("gapi.iframes:gapi.iframes.style.bubble", function() { if (gapi.iframes && gapi.iframes.getContext) { gapi.iframes.getContext().openChild({ url: 'https://www.blogger.com/navbar/8193618?origin\x3dhttp://atelier-de-domesticacao-de-demonios.blogspot.com', where: document.getElementById("navbar-iframe-container"), id: "navbar-iframe" }); } }); </script>
atelier de domesticação de demónios

caderno de variações sobre dores em dó menor, por O Marquês. 

1.11.04


primeiro de novembro. o infâme tinha um único prazer na vida, destruir as flores com que os vivos ornamentavam as campas dos seus queridos defuntos. mas o prazer não decorria da destruição das flores e respectivos arranjos. o prazer decorria da provocação, do exercício da heresia. pois sabia ele ser certo que indignando os outros lhes devolvia a traída e dorida sensação de serem vivos. para além disso, o infâme reservava-se ao prazer apenas uma vez por ano. exactamente no primeiro dia de novembro, dia em que, perante o olhar e o testemunho de quantos romareavam ao cemitério, pisava com deleite as flores depositadas sobre as lápides.


2004/2022 - O Marquês (danado por © sérgio faria).