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atelier de domesticação de demónios

caderno de variações sobre dores em dó menor, por O Marquês. 

30.9.04


arbeit macht frei. diferente do risco de vida, não havia qualquer propósito naquele trabalho. não era por isso um trabalho. o complexo era composto por sete linhas, cada uma com onze enormes serras, com discos de dentes afiados e pastilhados. a distância entre as linhas era mínima. a distância entre as serras também. os enormes discos tinham uma rotação extraordinária. quem lá trabalhava limitava-se a alimentar as serras com a madeira providenciada por via de um extenso sistema de tapetes rolantes. poderia dizer-se que o que se produzia ali, naquele complexo, era serradura. mas a tal produto, o único que resultava do labor dos homens, não era dado qualquer escoamento para o mercado. não obstante, o complexo não parava. existiam quatro turnos de seis horas cada e durante cada um desses períodos os homens limitavam-se a transmutar a madeira em serradura. mesmo quando ocorriam acidentes, o que quase sempre significava que alguém tinha sido tolhido e, parcial ou plenamente, destroçado pelos discos, o complexo continuava a operar com normalidade. se alguma máquina, por qualquer motivo, deixava de ter o seu operador, imediatamente era accionado um esquema de segurança e, de modo pronto, era colocado um outro homem no lugar vago. fazer sofrer, estropiar, matar, parecia ser o único objectivo daquele negócio. e, de facto, era. o marquês.


2004/2022 - O Marquês (danado por © sérgio faria).