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atelier de domesticação de demónios

caderno de variações sobre dores em dó menor, por O Marquês. 

31.7.13


pas de deux, xxvi.

quando as coisas esmorecem, caiem.
que acontece?
começa o fim.
não há fim.
não?
criados à semelhança de deus.
isso é o princípio.

já fomos além, aperfeiçoámos a criação.
ultrapassámos o criador?
pode dizer-se que sim.

qual é a velocidade da internet?, a velocidade da libertação.
quero apenas dar sentido à minha vida.
um.
devagar.
um sentido.
pois. um.
a morte é o que dá sentido à vida.

és tu a falar? ou é a ressaca?


o céu é debaixo da terra.
ou em cinza.
ashes to ashes.
funk to funky.

we know major tom’s a junkie.
o isqueiro?
a avalanche está a chegar.
convém ser prático.
está aqui.
o que acontece é apenas o que acontece.
um misterio, não é?
às vezes.


só quero dar um sentido à minha vida.

basta-me um.
ou dois.
sim. ou dois.
ou mais.
não sei.
também não.


está a começar a doer-me a cabeça.
então, nada?
amanhã.
amanhã?
sim.
mas hoje é hoje.
a sério.

está a começar a.

referência

24.7.13


pas de deux, xxv.

onde?
ali.

alguns passos depois no sentido apontado, aqui?
aí.
tens a certeza?
tenho.
absoluta?
não há certeza que não seja isso. absoluta.
não vejo.
abre os olhos, mula,
abre os olhos, estão abertos.
que a carroça vai cega.
não estou a ver.

não disseste aqui?
disse.
enganaste-me.


não.
parece.
parece. mas apenas parece.
parece mais do que parece.
estás enganado.
como estás enganada?
exacto.
como o wile e. coyote?
beep, beep.
cabra. confessas?
nego.
negas?
até à morte.


ele empunhou uma pistola de fulminantes. apontada ao teu coração.
that is my least vulnerable spot.
o fim desse filme é triste.
não mais do que tu.
eu?


sim. ainda estás aí, armado em parvo.
disseste aqui.
percebeste?, armado em parvo, armado em sentido duplo.

é porque já não está aí. esteve.
puta.
beep, beep.
pode ser que te fodas por não saber dançar.

referência

17.7.13


linha de sintra. os joelhos, vêem-se os joelhos sobre o chão frisado do comboio. as meias de rede permitem ver a vermelhidão dos joelhos dela. vê-se também a cabeça a cair e a erguer-se de entre as coxas do homem. este movimento faz lembrar uma cambota, a oscilação sincopada entre os sentidos descendente e ascendente. uma das mãos do homem está sobre a cabeça dela e pressiona-a contra si. um passageiro disfarça, finge que não está a ver o que está a ver. é impossível que ela e ele não percebam que estão a ser vistos. a indiferença de ambos é tão chocante quão o movimento implacável a que a mão do homem a obriga. as mãos dela estão apoiadas nos joelhos dele. parece uma posição de defesa, a submissão combinada com a prevenção. a cena não é repugnante, é estranha, animal e normal. o comboio chia. mal se percebem os movimentos pélvicos dele, nota-se a tensão que tem nas pernas. às vezes levanta a cintura.

referência

2004/2022 - O Marquês (danado por © sérgio faria).